quinta-feira, 31 de maio de 2007

Era Clarice


Voltei a ler Clarice, mas dessa vez decidi andar com um marca pagina amarelo e marcar as partes que gosto. Sempre fiquei correndo atras de passagens nos livros que lia e nunca conseguia achar. sí Lendo umas 10 páginas novamente. Então dessa vez, como um bom leitor de libros de sebo, decidi deixar minha marca nos livros. Não só as marcas sujas dos meus dedos, mas também as marcas reias dos momentos febris que passo lendo alguns trechos de certas obras.
Neste momento leio Água viva, livro pelo qual sinto que todo tempo ocorre um êxtase da autora. Uma evolução infinita de gozos e tentantivas de explodir e cair no zero, no caos.
Gostaria de compartilhar um momento que tive no começo do livro, pagina 41 de uma versão pocket, já com alguma coisas marcadas, dada de presente por uma mulher chamada Rose em Janeiro de 81. (rs)
Lá vai:


(...)
"Estou de olhos fechados. sou pura inconsciência. Já cortaram o cordão umbilical: estu solta no universo. Nao penso mas sinto o it. com olhos fecahdos procuro cegamentoe o peito: quero leite grosso. Ninguem me ensinou a querer. Mas eu já quero. Fico deitada com olhos abertos a ver o teto. Por dentro é a obscuridade. Um eu que pulsa já se forma. Há girassóis. Há trigo alto. Eu é."

2 comentários:

Pedro Lago disse...

Clarice é a essência da alma feminina. Decidida, frágil, forte, confusa e complexa. Para ser mulher tem que se muito macho!

soft disse...

As páginas final desse livro são muito boas. Quando li ficava lendo duas ou três vezes para demorar pra acabar. Completo o comentario abaixo citando Camille Paglia: "Vc precisa ser muito homem pra vestir os calçados dela".